A Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu em flagrante, na manhã desta segunda-feira (13), 14 integrantes de uma milícia armada durante mais uma fase da Operação Contenção, deflagrada na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, Zona Sudoeste da capital.
Segundo a corporação, os criminosos foram surpreendidos enquanto dormiam em uma área abandonada usada como desmanche de veículos. No local, os agentes encontraram um verdadeiro arsenal de guerra, incluindo 12 fuzis, uma carabina, duas pistolas, um revólver, dezenas de carregadores e duas granadas — armamento avaliado em cerca de R$ 1 milhão.
De acordo com o comandante do 18º BPM (Jacarepaguá), tenente-coronel Leonardo da Silveira, o grupo tem ligação com disputas territoriais no Morro Dois Irmãos e na própria Colônia Juliano Moreira, envolvendo milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Três dos presos já tinham passagens por extorsão e envolvimento com milícias, enquanto o líder da quadrilha está em uma prisão federal.
Ainda segundo o oficial, o bando também atuava no roubo de veículos em Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca. As armas apreendidas, de calibres 5.56 e 7.62, são conhecidas como “armas Frankenstein”, por serem montadas com peças importadas de forma ilegal.


“A maioria dessas armas é montada dentro das estruturas do crime organizado. São peças de airsoft modificadas, que copiam plataformas originais de fuzis Colt, e acabam alimentando o arsenal das facções”, explicou o comandante-geral da PM, coronel Marcelo de Menezes.
Menezes destacou que ações de inteligência continuarão sendo intensificadas para enfraquecer as organizações criminosas.
“Cada arma apreendida representa uma vida salva. Nosso trabalho é permanente e seguirá firme para livrar o Rio dessas estruturas criminosas”, afirmou.
Desde o início da Operação Contenção, a área sob responsabilidade do 18º BPM já registrou a apreensão de 25 fuzis, 13 pistolas, quatro revólveres, além de 44 presos e dez criminosos mortos em confrontos.


O subsecretário de Inteligência, coronel Uirá, classificou a atuação das forças de segurança no Rio como um “enfrentamento de guerrilha urbana”. Já o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor Santos, ressaltou que o acesso de criminosos a armamentos de guerra é um dos principais desafios da segurança pública fluminense.
“O resultado desta operação poderia ter sido trágico, caso o grupo decidisse enfrentar os policiais com esse arsenal. Felizmente, a ação de inteligência impediu um cenário de confronto”, destacou o secretário.
Fonte: O Dia