Quando você clica para pedir comida pelo aplicativo, o que parece ser uma conveniência pode esconder uma realidade preocupante para quem está por trás da entrega e da produção dos alimentos. O deputado federal Áureo Ribeiro fez um importante alerta sobre os impactos sociais e econômicos do modelo de negócios adotado por plataformas como o iFood.
A realidade de quem entrega
Os entregadores enfrentam jornadas exaustivas, trabalhando sob o sol, a chuva e em constante insegurança. Apesar do esforço, muitos relatam baixa remuneração, falta de direitos trabalhistas e pouca proteção em casos de acidentes ou doenças. Sem vínculo formal, esses trabalhadores acabam expostos a condições precárias, enquanto a demanda pelos serviços cresce a cada dia.
E os restaurantes?
Os pequenos estabelecimentos também sentem o peso do modelo. Segundo denúncias recorrentes de comerciantes locais, o iFood chega a cobrar taxas de até 27% sobre cada venda. Isso compromete seriamente a margem de lucro dos restaurantes, que já enfrentam custos elevados com insumos e manutenção do negócio.
Quem paga a conta?
No fim das contas, o consumidor também é impactado. O preço dos produtos no aplicativo geralmente é mais alto do que o valor cobrado no ponto físico do restaurante. Muitas vezes, sem perceber, o cliente paga mais, enquanto o entregador recebe pouco e o restaurante quase não lucra.
Um modelo que beneficia poucos
O deputado Áureo Ribeiro chamou atenção para o desequilíbrio desse sistema: “Poucos lucram muito, enquanto muitos ficam com pouco”, afirmou. Ele propôs que os aplicativos como o iFood mostrem de forma clara no demonstrativo da compra quanto estão lucrando sobre cada item, permitindo que o consumidor saiba exatamente como o valor pago é distribuído.
Além disso, o parlamentar destacou a importância de valorizar o comércio local, incentivando as pessoas a comprarem direto nos estabelecimentos sempre que possível. Para ele, é fundamental também cobrar políticas públicas que garantam condições dignas de trabalho para os profissionais de aplicativo e, principalmente, espalhar essas informações para conscientizar a população.