Professora senta em aluno autista para imobilizá-lo, e família registra boletim de ocorrência. VEJA O VÍDEO

Escola afirma que não houve agressão e que contenção exercida pela professora estava ’em conformidade com procedimento padrão’. Caso é investigado pelo 4° Distrito Policial de Campinas.

Um vídeo registrado em uma escola particular de Campinas (SP) mostra o momento em que uma professora senta sobre um estudante autista de 6 anos para imobilizá-lo (assista acima). A família da criança registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal contra a docente.

O caso aconteceu no dia 26 de março, e o boletim de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, foi registrado nesta sexta-feira (11).

Nas imagens, é possível ver que a mulher sentou em cima do menino e segurou a criança pelos punhos. O vídeo também mostra que a professora levantou a mão em direção ao aluno e, na sequência, foi possível ouvir um estalo, mas não é mostrado se o tapa atingiu a criança.

A situação foi denunciada à família por outra funcionária da unidade de ensino, que gravou o vídeo. Em nota, o Colégio Estudarte afirma que não houve agressão e que a contenção exercida pela professora estava “em conformidade com o procedimento padrão”. Leia mais abaixo.

Já a advogada Thais Cremasco, que representa a família da criança, disse que a situação foi uma “cena de tortura”. “A família da vítima está profundamente abalada, e todas as medidas legais já estão sendo tomadas”, definiu.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o caso foi registrado na Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 4° Distrito Policial de Campinas, onde é investigado.

“Na ocasião, a mãe de uma criança de seis anos relatou que o filho teria sido agredido por uma funcionária da escola onde estuda. As investigações estão em andamento para esclarecer os fatos e apurar as devidas responsabilidades”, disse a pasta.

Conduta ‘totalmente inadequada’, diz especialista

Para a médica pediatra Raquel Del Monde, especializada em psiquiatria da infância e adolescência e no atendimento a pessoas autistas, a conduta da professora ao sentar em cima da criança para tentar conter a crise é considerada “totalmente inadequada”.

“Nada justifica ter imobilizado o aluno no chão sentando em cima dele”, diz a especialista.

A pediatra, que também é mãe de um jovem autista, destaca que a contenção de crianças diagnosticadas no espectro deve ser feita apenas por profissionais capacitados e em situações onde haja risco iminente à integridade física da criança.

“Então tentar pegar a criança para tirar do ambiente, segurar, restringir, também muitas vezes só vai piorar a crise, porque a criança vai se sentir ameaçada e aí ela vai reagir com mais intensidade ainda. […] As crises às vezes se prolongam justamente porque o adulto tenta tomar atitudes que são inadequadas e que vão assim deixando a criança cada vez mais nervosa”, explica.

“A gente tenta reduzir os estímulos aversivos, oferecer uma ajuda e ficar do lado de forma calma até que a criança recupere assim o controle, que sem essa interferência do adulto é uma coisa que leva alguns minutos”, afirma Del Monde.

O que diz a escola?

“Recebemos informações que circula um vídeo envolvendo a professora e um aluno com comportamentos típicos de TEA, onde a professora supostamente teria agredido a criança com tapas ao tentar contê-la. Ocorre que as informação são mentirosas, conforme demonstraremos a seguir.

A criança em questão tem comportamentos típicos de autista, segundo preenchido na ficha de saúde do menor pela mãe. A criança estava matriculada em outra escola (que por questões éticas não será divulgado o nome) onde a diretora passou informações que não tinham mais condição de cuidar do aluno, pelo seu histórico de agressões, indicando a Estudarte (que possui outros alunos com comportamentos típicos de autista, sendo referência no assunto), onde prontamente, recebeu o aluno.

O aluno estava matriculado na Estudarte desde o dia 06/03/2025, onde, por várias vezes, agrediu outros alunos, professores e monitores, e sempre precisou de intervenção, inclusive sendo necessário por diversas vezes, o contato com a genitora para vir busca-lo.

No dia dos fatos, o aluno chegou 30 minutos antes de seu horário convencional (das 9:00 às 13:00), e por ter saído de sua rotina, já chegou na instituição descompensado e muito agressivo, inclusive contra o próprio responsável em trazê-lo.

O aluno foi recebido pela Professora, e o aluno estava com muita agressividade, conforme já relatado. Entrou na instituição se debatendo e se jogando no chão, com o intuito de sair correndo para fora da escola, agredindo a Professora com mordidas, tapas chutes e arranhões conforme fotos das marcas deixadas abaixo:

A Professora é portadora de Lúpus Eritematoso Sistêmica (LES), Esclerose Múltipla com alteração do campo visual (CID H54), e por possuir fraqueza e visão limitada, era agredida constantemente pelo aluno, e, por não ter ajuda da Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) que estava próxima, decidindo filmar ao invés de auxiliar a conter a crise, não teve alternativa senão realizar a contenção mecânica da criança por imobilização, estando em conformidade com o procedimento padrão em casos de crises como a ocorrida, visando a segurança da criança e daqueles que estão ao seu redor, sendo este o último recurso possível utilizado, por ter tentado todas as alternativas possíveis.

Vale ressaltar que a Professora tem 33 anos de experiência na educação, sendo nesse período professora, coordenadora, diretora e escritora, com diversos livros publicados, sendo inclusive autora intelectual de métodos de ensinos utilizados em diversas escolas da região, tendo vasta experiência com os diversos tipos de criança, afirmando que jamais agrediu a qualquer criança, tampouco o aluno em questão, sendo que a manobra realizada está dentro do procedimento padrão após se esgotarem todas as alternativas anteriores.

Nos colocamos à disposição para eventuais esclarecimentos, sendo essa a verdade dos fatos ocorridos”.

Fonte: G1

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