A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu uma investigação de alto escalão após descobrir o desaparecimento de cerca de 220 armas de fogo que estavam sob a guarda da 1ª Delegacia do Barreiro, no bairro Jardinópolis.
Servidora Presa e Suspeita de Vendas a Facções
Uma servidora da instituição, Vanessa de Lima Figueiredo, foi presa neste domingo (9), suspeita de envolvimento no esquema de desvio.
Suspeita: A investigação aponta que a servidora teria revendido as armas para integrantes de facções criminosas e usado o dinheiro (comprando dois carros de luxo e realizando procedimentos estéticos).
Descoberta: O esquema veio à tona durante uma ocorrência de rotina em Contagem, quando policiais constataram que uma arma apreendida já constava como confiscada no sistema, mas estava desaparecida do acervo da delegacia.
Armamento: O material extraviado é composto por cerca de 220 armas de baixo calibre, muitas delas consideradas obsoletas.
Posição da Polícia e da Defesa
A Corregedoria da PCMG conduz a investigação, que está em “estágio avançado”. O delegado-geral, Rômulo Dias, reforçou o “compromisso com a transparência e rigor na apuração dos fatos”.
A defesa da servidora alega que a prisão cautelar é desproporcional e que “nada de ilícito foi encontrado” durante os mandados de busca. O advogado Lucas Furtado afirmou que irá pleitear a liberdade provisória.
Críticas à Custódia de Armas
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol) e o Instituto Sou da Paz criticaram a falta das Centrais de Cadeia de Custódia no estado, previstas no “Pacote Anticrime” (Lei 13.964/2019).
Sindpol: Afirmou que a ausência dessas centrais facilita extravios, já que as armas não deveriam estar armazenadas em delegacias.
Instituto Sou da Paz: Classificou o caso como duplamente prejudicial, pois desperdiça o esforço policial de apreensão e, pior, fornece armas para a criminalidade. A entidade defende o rápido encaminhamento de armas apreendidas para destruição.
Informações: G1

