Transporte de droga saiu do Mato Grosso e teria ligação com organização criminosa ligada a facção do Rio de Janeiro; motorista do caminhão foi preso
Mais de 800 quilos de maconha, que seriam refinados e distribuídos em Belo Horizonte, foram apreendidos durante uma operação na madrugada de domingo (13/4). A droga foi interceptada por agentes do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Itaguara, na Região Metropolitana da capital. O entorpecente estaria ligado a um grupo associado a uma facção do Rio de Janeiro.
O delegado Davi Batista Gomes explica que a apreensão foi possível graças ao monitoramento de uma organização criminosa conhecida por refinar pasta base de cocaína. Durante as diligências, a investigação apurou que o carregamento, vindo do Mato Grosso, entraria em Minas Gerais. “Acreditamos que essa organização esteja ligada a uma facção criminosa do Rio de Janeiro, que vem intensificando sua atuação no estado.”
Com o cruzamento de informações com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a corporação conseguiu identificar e monitorar o caminhão usado para o transporte dos entorpecentes. O veículo, com refrigeração, foi localizado em um posto de combustível. Os 826 quilos da droga estavam embalados em caixas. Junto aos tabletes, foi encontrada uma nota de dólar falsificada com o rosto do traficante Pablo Escobar.
O motorista, que já tem passagens pela polícia por estelionato, foi detido em flagrante. Em depoimento, informou aos policiais que foi contratado apenas para realizar o transporte e que, ao chegar em Belo Horizonte, receberia R$ 3 mil.
“O caminhão não é produto de furto ou roubo. O motorista alegou que foi contratado exclusivamente para transportar a droga e disse que a recebeu no estado de São Paulo. Por isso, acreditamos que ela não veio diretamente do Mato Grosso para Minas Gerais nesse caminhão, que é de pequeno porte. É possível que tenha sido fracionada no trajeto, e apenas essa parte tenha entrado no estado”, explica Gomes.
A investigação ainda trabalha com a possibilidade de o veículo e o motorista estarem sendo monitorados ao longo do trajeto até a capital mineira. O delegado explica que, normalmente, os veículos são acompanhados por batedores ou por sistemas de monitoramento nas rodovias.
Drogas estavam embaladas por tabletes e com nota de dólar falsa impressa com o rosto do traficante Pablo Escobar.
Apesar dos mais de 800 quilos de maconha apreendidos, Davi Barcelos explica que, uma vez refinada, a droga renderia ainda mais. “É um pouco complicado prever quanto valeria essa quantidade, porque recebemos a substância, em tese, pura. Ainda não sabemos o teor de diluição a que ela seria submetida, já que um quilo poderia ser transformado em cinco ou até dez, dependendo da proporção. Mas podemos estimar um prejuízo de alguns milhões de reais.”
Fonte: Estado de Minas