O que está por trás de ataques, tiros e mortes recentes em Vila Velha (ES)

Só nesta semana, A Gazeta noticiou cinco casos diferentes de tiroteios com mortos e feridos em bairros de Vila Velha. Foram dois baleados na segunda-feira (26) em Barramares, ataques em Jaburuna e Vinte e Três de Maio, na terça-feira (27), confronto com a PM no dia seguinte em Cobi de Baixo, e uma execução na Barra do Jucu, nesta quinta-feira (29). A onda de violência, com ocorrências seguidas e no mesmo município, chama a atenção. Afinal, o que está por trás desses episódios?

Segundo o delegado Daniel Fortes, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, os constantes tiroteios têm relação com uma disputa interna no Primeiro Comando de Vitória (PCV), e com a guerra entre o Terceiro Comando Puro (TCP) e o PCV. 

Racha no PCV

Conforme adiantado pela nossa reportagem em fevereiro deste ano, houve um racha dentro do PCV: desde as prisões de chefes do tráfico do grupo, as lideranças do PCV mudaram, e isso não agradou os antigos, que estavam na facção desde sua criação. Esses antigos não respeitam os novos que estão no comando, e decidiram não se intitular mais PCV, e sim Comando Vermelho. Os atuais chefes do grupo, então, começaram a atacar os territórios dos mais velhos.

“Podemos dar o exemplo de Cobi, que o chefe do tráfico foi um desses, e a facção nova que surgiu dentro do PCV queria retomar o território que pertencia ao PCV que estava sob comando do traficante conhecido como ‘Dedego’. Então a gente começou a ter vários ataques na região de Cobilândia e vários revides”, descreveu o delegado Daniel Fortes.

TCP e a busca por território

De outro lado, há o TCP, que tenta aumentar o território do tráfico atacando o rival, PCV. “Eles passaram a expandir territórios em Vila Velha e Cariacica, então estamos tendo vários ataques na região e estamos trabalhando para identificar e pedir a prisão dos envolvidos”, destacou o delegado.

Ataques após prisões e enfraquecimento

O delegado também pontuou que, quando um líder de uma área é preso, aquele local fica enfraquecido, e as facções rivais aproveitam para atacar. Um exemplo foi a prisão do traficante Maxsuel Hipolito de Araujo, conhecido como  “Bob Esponja”, ocorrida em março deste ano. Ele é membro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e um dos responsáveis pela aliança com o TCP na Região 5 de Vila Velha, que compreende o bairro Vinte e Três de Maio (onde ocorreu tiroteio com mortos na última terça-feira).

“Um dos lados teve seu chefe preso (Bob Esponja), o que gera o enfraquecimento do tráfico naquela região, o que fomenta a outra facção tentar tomar o território, aproveitando esse enfraquecimento, e foi o que ocorreu na terça-feira em Vinte e Três de Maio”, pontuou Daniel Fortes. 

Linha do tempo dos últimos casos

SEGUNDA-FEIRA | BARRAMARES: um adolescente de 16 anos e um jovem de 22 revelaram à Polícia Militar que estavam na esquina de um bar quando um homem chegou de motocicleta, e perguntou se eles vendiam drogas; logo em seguida, disparou. Os dois ficaram feridos. 

TERÇA-FEIRA | VINTE E TRÊS DE MAIO: criminosos em carros e motos fecharam uma rua do bairro e abriram fogo. Quatro pessoas foram atingidas pelos tiros; duas delas não resistiram. Os mortos foram identificados como Renan dos Santos Gomes, de 23 anos, e João Paulo Lima da Silva, de 19 anos. Os feridos têm 12 e 19 anos. No fim, o baleado de 19 anos acabou preso, pois era um dos que foi ao local dar o ataque.

TERÇA-FEIRA | JABURUNA: ainda na manhã do dia 27, suspeitos de Aribiri foram até Jaburuna dar um ataque, com a intenção de ampliar o território do tráfico de drogas. Três homens acabaram presos e um adolescente apreendido. Quatro armas foram recolhidas.

QUARTA-FEIRA | COBI DE BAIXO: uma operação para prender o traficante Gabriel Salmo Moraes, do PCV, terminou em confronto. O criminoso foi morto e um policial militar baleado.

QUINTA-FEIRA | BARRA DO JUCU: um jovem de 24 anos, identificado como Lucas dos Santos Paulo, foi executado a tiros no meio da rua. Testemunhas contaram que quatro pessoas passaram em um carro, desceram do veículo e abriram fogo. Depois, fugiram.

Fonte: A Gazeta

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