Ao menos cinco ladrões invadiram o sítio aeroportuário, numa área pública onde ficam estacionados caminhões de empresas que atuam no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, às 16h da última sexta-feira (6) e roubaram duas cargas de botox procedentes da Holanda avaliadas em R$ 7 milhões.
Um motorista e um conferente de uma empresa de logística foram levados como reféns e ficaram em poder dos criminosos durante 10 horas. Eles só foram liberados às 2h de sábado (7). Os assaltantes alimentaram as vítimas e ainda deram R$ 60 para que chamassem um motorista de aplicativo.
O motorista, de 52 anos, foi atacado por um ladrão armado quando saía com um caminhão carregado na área alfandegária do aeroporto. O veículo havia sido lacrado às 15h34. Ele dirigiu até o estacionamento.
Em seguida, pegou a DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro) da carga e parou para aguardar a liberação da viagem. A carga tinha como destino uma empresa de Barueri, na Grande São Paulo. Um homem usando blusa com capuz se aproximou dele e anunciou o assalto.
O criminoso ordenou que ele não fizesse movimentos bruscos, mantivesse a calma e abrisse a porta do veículo. O ladrão avisou que o colega dele, o conferente, de 37 anos, também havia sido rendido. Em seguida chegaram mais quatro assaltantes em outro caminhão baú.
Os ladrões obrigaram o motorista a ligar para a empresa e dizer que a trava do baú do caminhão da empresa estava com problemas. Foi assim que o bando conseguiu acesso à carga de botox e fez o transbordo em outro caminhão.
Os criminosos trancaram o motorista refém em um dos caminhões. Eles passaram tranquilamente pelo estacionamento do terminal de cargas, usando tíquetes, e seguiram em direção à rodovia Hélio Smidt e depois pegaram a Via Dutra, sentido São Paulo.
Os veículos eram escoltados por outros comparsas ocupando automóveis. Na Dutra, a quadrilha parou em um posto de combustível. O motorista refém foi colocado em um carro onde também estava o conferente. Depois disso, os criminosos colocaram capuz nas vítimas.
Mesmo encapuzado, o conferente conseguiu olhar para o relógio e viu que eram 19h20 quando eles chegaram a um local escuro. Os reféns foram levados para uma garagem. Os assaltantes deram salgadinho e refrigerantes aos dois e deixaram ambos ir ao banheiro.
Deram dinheiro para transporte aos reféns
Às 2h40 do sábado, a garagem foi aberta. O conferente e o motorista foram colocados em um carro. O veículo saiu em alta velocidade. Meia hora depois, os dois foram deixados no km 19,5 da rodovia Ayrton Senna, sentido São Paulo.
Um dos ladrões entregou R$ 60 aos reféns e os orientou a chamar um motorista de aplicativo. Ele também devolveu os telefones celulares das vítimas. O conferente ligou para a família, comunicou o que havia acontecido e disse que estava bem.
A mulher do conferente foi buscá-los. Assim que chegou ao aeroporto, ele ligou para o 190 da Polícia Militar. Em seguida telefonou para a empresa. As vítimas não conseguiram descrever as caraterísticas físicas dos assaltantes.
Um representante da empresa contou à polícia que a carga de botox, avaliada em R$ 7 milhões havia chegado da Holanda e aguardava os trâmites de liberação do Terminal de Cargas do Aeroporto.
Em julho de 2019, outro grupo de criminosos invadiu o aeroporto e levou 734 kg de ouro, avaliados, na época, em R$ 117,5 milhões.
GRU Airport informa que assalto se deu no sítio aeroportuário
A GRU Airport informa que tomou conhecimento de um assalto à mão armada realizado na sexta-feira passada (6/6) dentro do sítio aeroportuário, numa área pública onde ficam estacionados caminhões de empresas que atuam no Aeroporto de Guarulhos. Durante a ocorrência, não houve invasão do terminal de cargas, área cuja segurança é de responsabilidade da concessionária. A GRU Airport se solidariza com as vítimas do crime e se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações no que for preciso.
Fonte: UOL