O Complexo da Pedreira, na Zona Norte do Rio, viveu mais uma noite de terror entre o domingo (26) e a madrugada desta segunda-feira (27), em um novo capítulo da guerra territorial entre as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). Uma moradora de 60 anos foi morta após ser feita refém durante o intenso confronto.
A vítima, identificada como Marli Macedo dos Santos, estava em sua residência, na Estrada de Botafogo, quando um traficante do CV invadiu o imóvel para fugir de rivais do TCP. Na invasão, Marli e seu irmão foram mantidos reféns. Durante a troca de tiros, a moradora acabou sendo baleada.
Agentes do 41º BPM (Irajá) foram acionados e negociaram a rendição do traficante. Marli chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu aos ferimentos. O irmão da vítima não se feriu.
Guerra de Facções e Insegurança
Além da morte da refém, a Polícia Militar confirmou que dois outros homens foram mortos em confrontos distintos.
Em uma série de operações deflagradas na região, a PM conseguiu prender cinco suspeitos e apreendeu um vasto arsenal, incluindo sete fuzis, uma granada e munições, além de recuperar seis carros.
O tenente-coronel Leandro Maia, comandante do 41º BPM, destacou que a região sofre com a “cultura de desordem” e a disputa territorial que se arrasta há anos. “A tomada de território para eles é importante. Hoje se criou uma cultura de desordem”, afirmou à TV Globo.
Moradores do Complexo relataram momentos de pânico e tensão nas redes sociais, com vídeos mostrando homens armados circulando pelas ruas e pessoas se protegendo em estabelecimentos.
Impacto nos Serviços Essenciais
O Complexo da Pedreira e áreas vizinhas, como o Chapadão, sofrem há meses com a rotina de violência que impacta serviços essenciais. Na última quinta-feira (23), o Centro Municipal de Saúde Fazenda Botafogo foi alvejado durante um tiroteio, forçando a interrupção do atendimento e a proteção de pacientes e profissionais.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros chegou a ficar fechada por mais de 20 dias após criminosos invadirem o local e sequestrarem dois pacientes em setembro, após confundi-los com rivais.
O caso da refém e os demais homicídios estão sob investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Informações: O Dia














