A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desvendou um caso de duplo homicídio que chocou a cidade de Governador Valadares (MG). Duas pessoas próximas a um casal — a irmã de uma das vítimas e um amigo íntimo — foram presas, suspeitas de planejar e executar o envenenamento de Everaldo Gregório de Souza, de 60 anos, e seu companheiro, o americano Thomas Stephen Lydon, de 65.
O casal, que mantinha um relacionamento há mais de 30 anos, morreu em junho, com seis dias de diferença. Inicialmente, as mortes foram registradas como causas naturais (câncer de pele e coma alcoólico), mas a suspeita de manipulação levou a um pedido de exumação.
Prova de Envenenamento
O exame toxicológico no corpo de Everaldo confirmou a presença de fenobarbital no fígado, um sedativo de uso controlado que, em alta dosagem, pode paralisar o sistema nervoso central e causar a morte.
As investigações começaram em julho, após familiares de Everaldo questionarem a rapidez do enterro de Thomas e a falta de comunicação sobre a internação de Everaldo.
Motivação Financeira e Desvio de Bens
A principal linha de investigação aponta para uma motivação financeira. Os presos — a irmã de Everaldo, de 52 anos, e um amigo de Thomas, de 35 anos — tinham acesso livre à casa das vítimas e se aproveitaram dessa confiança para executar o crime.
Após as mortes, os suspeitos movimentaram mais de R$ 1,3 milhão em bens e valores do casal, incluindo:
- Resgate de aplicação: R$ 379 mil.
- Venda de Imóvel: O imóvel do casal, avaliado em cerca de R$ 950 mil.
- Seguro de Vida: Uma apólice em que a irmã de Everaldo figurava como beneficiária vitalícia.
- Procuração: O amigo de Thomas tinha uma procuração que lhe concedia amplos poderes sobre Everaldo, inclusive para impedir o acesso da família ao prontuário médico.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 milhão em ativos financeiros e a restrição de veículos registrados em nome dos suspeitos para garantir a reparação de danos.
Próximos Passos
Os dois suspeitos estão presos preventivamente e devem responder por homicídio duplamente qualificado, além de falsificação e uso de documento falso. A Polícia Civil ainda aguarda o resultado do exame toxicológico de Thomas.
Medidas cautelares também foram determinadas contra a advogada do homem investigado, suspeita de orientar testemunhas e manipular informações. O advogado da família lamentou a perda e expressou a esperança de que a Justiça responsabilize os culpados por tamanha crueldade.
Informações: G1

