Estudantes da Universidade Iguaçu (UNIG), Campus V, em Itaperuna, se mobilizaram em protesto contra a recente reformulação no sistema de avaliação acadêmica, anunciada pela instituição para vigorar a partir do segundo semestre de 2025. A medida, segundo a reitoria, visa melhorar a experiência educacional e preparar os alunos para o mercado de trabalho. No entanto, diversas entidades estudantis classificaram a mudança como prejudicial e unilateral.
A nova metodologia estabelece a aplicação de três provas: a P1, mantida nos moldes tradicionais; a P2, que agora será cumulativa, abrangendo todo o conteúdo do semestre; e a P3, que passa a unificar segunda chamada e prova de recuperação, também com conteúdo integral.
A decisão causou forte reação entre os estudantes. O Diretório Acadêmico Renam Catharina Tinoco (DARCT), da Medicina, publicou uma nota de repúdio, afirmando que a mudança compromete o rendimento e o bem-estar dos alunos, além de dificultar a conciliação das disciplinas ao longo do semestre. O grupo também criticou a ausência de participação discente no processo de decisão. “Somos sistematicamente excluídos das decisões tomadas pela administração”, destacou o comunicado.
Na mesma linha, a Atlética de Enfermagem afirmou que a nova configuração “inviabiliza a conciliação adequada das múltiplas disciplinas”, além de ter sido implementada “sem planejamento participativo”. A entidade denunciou impactos na saúde mental dos estudantes e cobrou mais diálogo da universidade.
A Atlética de Fisioterapia também se manifestou publicamente contra a reformulação. Em nota, o grupo alertou para a sobrecarga cognitiva e o risco de evasão estudantil, especialmente entre alunos que trabalham ou enfrentam outras responsabilidades. A entidade solicitou a reavaliação urgente do novo modelo.
Já a Atlética de Direito classificou a decisão como preocupante e afirmou que a mudança foi feita sem qualquer escuta da comunidade discente. A nota alertou para os riscos de adoção de um sistema mais exigente sem oferecer apoio pedagógico adequado. “Melhorias reais passam por escuta ativa, diálogo transparente e apoio pedagógico, não por medidas unilaterais que ignoram a realidade dos estudantes”.
Nos bastidores, alunos relatam que a maior insatisfação se deve à concentração das provas em um curto período e à exigência de conteúdo acumulado para todas as etapas, inclusive na segunda chamada, que antes abrangia apenas parte do conteúdo. Segundo os relatos, a PR (Prova de Recuperação) e a segunda chamada passarão a ocorrer na mesma semana, intensificando a carga e dificultando o planejamento.
Apesar das críticas, a reitoria da UNIG defende que o novo modelo trará “fluidez e contribuição significativa para o processo de aprendizagem”. No entanto, até o momento, não houve retorno institucional sobre a possibilidade de reavaliação da medida ou abertura de diálogo com os representantes estudantis.
O clima de insatisfação se espalha pelos corredores da universidade e deve continuar gerando mobilizações nos próximos dias. As entidades estudantis prometem manter a pressão por mais diálogo, participação efetiva nas decisões e revisão imediata do novo sistema de avaliação.
A Atlética de Fisioterapia publicou em suas redes socias uma nota de repúdio:

Fonte: Guia do Estado