Uma aluna de 12 anos da Escola Estadual Professor Flavio La Selva, na Vila Santa Lúcia, região do Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, teve o dedo médio decepado na última quinta-feira (21) durante uma suposta “brincadeira” entre colegas de turma.
O acidente aconteceu dentro da sala de aula, em um momento em que não havia professores ou funcionários acompanhando os alunos.
De acordo com funcionários da escola, a aluna do 7º ano teve o dedo preso na porta da sala, que foi fechada com força por outras colegas. A ponta do dedo se desprendeu imediatamente, causando pânico entre os estudantes que presenciaram a cena.
A menina foi levada ao hospital por uma professora que estava deixando a escola naquele momento: “Os alunos que estavam na sala ajudaram na limpeza do sangue, isso é inadmissível”, disse uma funcionária ouvida na condição de anonimato pela TV Globo.
A família da aluna teria sido informada por uma coordenadora que não estava presente no momento do acidente. O pai da estudante chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas a reportagem ainda tenta falar com a família da jovem, que teve que passar por cirurgia.
O clima na escola é de consternação entre funcionários e colegas da estudante. Segundo relatos, a única providência tomada até agora foi uma conversa com os alunos sobre a gravidade do ocorrido.
“As crianças disseram que era uma brincadeira: o último a chegar ficaria para fora. No conflito, a porta fechou no dedo dela”, contou uma funcionária.
Os profissionais da escola narram que a direção da EE Flávio La Selva muitas vezes pede para os professores segurarem duas, três salas de aula ao mesmo tempo, em razão da falta de professores e outros profissionais na unidade.
“Não é a primeira vez que situações de incidentes e de violência acontece nesta escola e a direção nada faz. Eles sempre alegam que não se responsabilizarão por nada. De tanto isso ocorrer, uma situação trágica e triste ocorreu na escola”, defendeu uma funcionária.
O corpo docente da escola diz que é preciso mais rigor na punição dos estudantes envolvidos e o caso seja investigado com profundidade pela Secretaria da Educação (Seduc-SP), da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“É preciso fornecer as câmeras da sala de aula para a família, para que eles saibam o que realmente ocorreu no local”, afirmou.
Em 2013, a escola já tinha sido alvo de uma reportagem do SPTV, da TV Globo, que já indicava a falta de professores na unidade (veja vídeo abaixo).
O que diz a secretaria
Por meio de nota, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP) disse que “lamenta profundamente o ocorrido e informa que o acidente aconteceu no retorno do intervalo”.
“A Unidade Regional de Ensino Sul 2 lamenta profundamente o ocorrido e informa que o acidente aconteceu no retorno do intervalo. Imediatamente, a gestão da unidade escolar prestou os primeiros socorros e encaminhou a estudante para atendimento médico, acompanhada de um funcionário. Ela teve alta e está bem”, afirmou.
“Os responsáveis pelos alunos envolvidos foram comunicados para ciência dos fatos e aplicação das medidas disciplinares cabíveis. O caso foi inserido na Plataforma Conviva-SP, e um profissional do programa Psicólogo na Escola foi disponibilizado para atendimento na unidade”, completou a pasta.
A Secretaria da Educação também disse que “repudia qualquer ato de violência, dentro ou fora do ambiente escolar, e permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários”.
Fonte: G1