A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou nesta quinta-feira (31) o novo recorde mundial de maior extensão já registrada para um raio.
O fenômeno atingiu impressionantes 829 km de comprimento, durante uma tempestade que cruzou o céu entre o leste do Texas e a região de Kansas City, no Missouri, em outubro de 2017.
Segundo a OMM, essa descarga elétrica foi detectada com a ajuda de satélites meteorológicos de última geração, que permitiram revisar os dados da tempestade anos depois do ocorrido.
O raio foi registrado em uma região conhecida por tempestades intensas e prolongadas – as Grandes Planícies dos EUA – onde são comuns os chamados sistemas convectivos de mesoescala, que favorecem esse tipo de evento.
Raios comuns duram menos de um segundo e se estendem por até 16 km. Já o mega relâmpago aconteceu dentro de um sistema de nuvens gigantes, que permite descargas elétricas muito mais longas.
“Esse novo recorde mostra como a natureza ainda guarda fenômenos impressionantes e como os avanços tecnológicos ajudam a observá-los com mais precisão”, afirmou o professor Randall Cerveny, responsável pelo banco de dados de extremos climáticos da OMM.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/T/i/njCDg1RpmVjxWMQFu7yA/6f20d431-9fd1-64e7-4e4b-861e8e75d2e3.jpg)
A secretária-geral da organização, Celeste Saulo, destacou que relâmpagos como esse representam riscos reais. “São uma ameaça à aviação, podem causar incêndios e colocam vidas em risco. Por isso, são prioridade na estratégia global de alertas precoces”, afirmou.
A descoberta foi feita com dados do satélite GOES-16, da agência NOAA, que havia registrado o evento, mas não o identificou nas análises iniciais.
Ele só foi reconhecido após uma reavaliação com novas técnicas e ferramentas.
A análise contou com cientistas de vários países, incluindo a brasileira Rachel Albrecht, professora da USP e referência em estudos sobre eletricidade atmosférica.
Entre os outros extremos registrados pela OMM estão o raio mais duradouro, com 17 segundos sobre a América do Sul em 2020, e o caso mais mortal já documentado, em que 469 pessoas morreram no Egito após um raio atingir tanques de combustível e causar um incêndio.
Fonte: G1