A retomada das obras na BR 101 no Espírito Santo tem a perspectiva de gerar mais de 3 mil empregos ao ano, nos próximos cinco anos. O projeto prevê investimentos de R$ 10 bilhões em duplicações, contornos e passarelas, conforme previsto em renegociação de contrato aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O acordo, porém, ainda precisa passar por leilão na B3 em São Paulo, previsto para o dia 26 de junho.
A necessidade de mão de obra foi destacada pelo diretor-presidente da Ecovias 101, Roberto Amorim Junior, durante o painel Espírito Santo: O novo hub logístico do Brasil, durante a Modal Expo, no Pavilhão de Carapina, na Serra. Outros convidados do painel foram Gustavo Serrão, CEO da Vports, e Fábio Marchiori, presidente da VLI Logística.

Painel da Modal Expo debateu o futuro do Espírito Santo como hub logístico Crédito: Thiers Turini
Ainda sobre a BR 101, Roberto Amorim destacou que, no novo contrato, estão previstas tarifas diferenciadas para pistas simples, pistas duplas e para quem usa pedágio eletrônico. Haverá ainda isenção para motociclista. Outra novidade apresentada pelo diretor-presidente é a ampliação do número de carregadores para veículos elétricos ao longo da BR 101 no Espírito Santo.
Atualmente, a Ecovias 101 conta com 12 bases operacionais e os carregadores elétricos estão em seis bases, de forma alternada. Ainda neste ano, ele garantiu que todas as bases terão carregadores para carros elétricos.
Novas conexões ferrovia-porto
No painel, Fábio Marchiori destacou os investimentos que estão sendo feitos no corredor ferroviário que passa pelo Espírito Santo para suportar o aumento previsto de 60% na capacidade de cargas. Segundo ele, no total, têm sido investidos R$ 900 milhões ao ano em melhoria dos serviços de logística no Estado.
Desse total, R$ 500 milhões são destinados ao corredor pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e outros R$ 300 milhões são repassados para a Vale, que detém a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), usada pela VLI por direito de passagem.
“Nos últimos 18 meses, ampliamos muito a destinação de carga para o Espírito Santo, principalmente da LD Celulose. O corredor logístico traz celulose solúvel do Mato Grosso para o Espírito Santo. E, além dos R$ 900 milhões, temos projeto de outros R$ 400 milhões adicionais em equipamentos rodantes, locomotivas e vagões”, explica o presidente da VLI.
Com o aporte de cargas previstos pela expansão da produção nacional, Marchiori detalhou que a empresa também estuda expandir os projetos, visando à atuação também em outros portos, além de Tubarão. Estão sendo estudadas conexões com o futuro porto da Imetame e os da Vports. “Queremos aproveitar os terminais portuários do Estado”, afirma.
Potencial para polo logístico Norte
Para Gustavo Serrão, CEO da Vports, o Estado tem uma grande oportunidade de se consolidar como grande polo logístico do país pela sua localização e pela alta capacidade, respondendo à demanda e movimentação que estão acontecendo no país e que deve se concretizar em curto prazo.
“O crescimento do Brasil não vai se dar onde já está concentrado: Santos e Rio de Janeiro. Eu vejo uma grande oportunidade para o nosso estado de ser uma alternativa logística no país”, afirma.
Em sua fala, Serrão também destacou o potencial da parte Norte do Estado, que conta com três grandes iniciativas capazes, segundo ele, de tornar o Estado mais atrativo. Entre elas, estão Portocel e o Porto da Imetame, que ficará pronto em breve. Ele lembrou ainda sobre o licenciamento da Vports para Barra do Riacho, em Aracruz, previsto para ser finalizado no ano que vem. “Vamos começar a prospectar cargas e desenvolver aquela área.”
Em Vitória e Vila Velha, ele apresentou que o novo modelo de administração privada propiciou 14 novas parcerias nos Portos de Tubarão e Capuaba, o que resultou em investimentos de R$ 600 milhões da Vports e de parceiros.