O exame papanicolau, feito para detecção do papilomavírus humano, será substituído pelo teste molecular de DNA-HPV, considerado mais eficaz para a descoberta precoce do câncer de colo de útero.
O novo exame, que estará disponível em todo o país a partir de maio, utiliza tecnologia de PCR semelhante à usada nos testes de COVID-19. Ele detecta a presença do vírus HPV antes mesmo que ocorram alterações celulares visíveis no exame tradicional de Papanicolau.
Em entrevista à Itatiaia, a ginecologista Mariana Seabra, do Materdei Santo Agostinho e do Materdei Nova Lima, explica que o teste molecular é mais preciso em relação ao exame preventivo ou ao Papanicolau.
Como funciona?
A coleta do material continuará sendo realizada por profissionais de saúde como ginecologistas, médicos generalistas ou enfermeiros, utilizando o exame especular. A principal mudança está na frequência dos exames. ‘A gente pode aumentar e distanciar o exame. Pode fazer a cada cinco anos’, afirma a médica.
Esta alteração traz mais conforto às pacientes, especialmente àquelas que vivem em áreas de difícil acesso aos serviços de saúde. Em alguns casos, será possível até mesmo realizar a autocoleta do material, facilitando o acesso ao exame para mulheres em regiões remotas.
O novo teste foi aprovado em março de 2024, e os serviços de saúde tiveram um período de adaptação para implementar a nova rotina. A doutora ressalta a importância desta mudança: ‘Todo mundo vai poder ter acesso a essa nova tecnologia, porque muita coisa às vezes chega pra quem consegue pagar e depois o SUS consegue adquirir. Dessa vez já veio pra todo mundo’.
Implementação e acesso
Entretanto, a doutora ressalta que apesar do avanço tecnológico, a prevenção continua sendo fundamental. O uso de preservativos e a vacinação contra o HPV permanecem como medidas essenciais contra o câncer de colo uterino e outras infecções sexualmente transmissíveis.